Como é calculada a dose do medicamento infantil?

Para se calcular a dose correta de um medicamento para uma criança, levam-se em consideração três fatores importantes: peso, superfície corporal e idade. Isso faz com que a dose seja calculada de forma individualizada, ou seja, própria para determinada criança. Isso é importante porque se trata de uma fase de desenvolvimento de alturas e pesos diferentes, diferentemente de um adulto, que passa maior parte do tempo com o mesmo peso e altura. 
 























 
Há medicamentos que devem ser administrados, por exemplo, uma gota por quilo, ou seja, se a criança tem 10 kg, deverão ser administradas 10 gotas. Trata-se, nestes casos, de medicamentos classificados como analgésicos. Assim também ocorre com os medicamentos para febre, em que na própria bula existe a indicação de número máximo de gotas e posologia necessárias para determinada faixa de peso ou idade.

Há outros, no entanto, que precisam ser administrados de acordo com peso, como por exemplo, os antibióticos, em que se tem a descrição de, por exemplo, 50mg/Kg/dia, que significa que a cada quilo da criança deve ser administrado 50mg do medicamento em um dia. Neste caso, se a criança tem 10 Kg, ela vai precisar receber 500mg do medicamento. Aí o médico vai fazer a posologia de acordo com que é preconizado pelos protocolos clínicos, ou seja, se for a cada 6h, administrar 250mg por quatro vezes ao dia.

Todas essas informações você encontra na bula do medicamento. No ato da prescrição, o médico também explica como deve ser utilizado. Para aqueles medicamentos isentos de prescrição é importante sempre consultar o farmacêutico.

No começo falei sobre superfície corpórea, que é um cálculo bem incomum quando se trata de medicamentos administrados em casa. Ele é mais utilizado em UTIs e hospitais para se obter a quantidade exata da dose, uma vez que é mais utilizado em medicamentos injetáveis. Faz-se assim: é a raiz quadrada do peso multiplicado pela altura e dividido por 3600. 

E como eu sempre digo: não use medicamentos sem orientação de um médico ou de um farmacêutico. Se automedicar pode agravar ao invés de resolver seu problema.
 
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Autor(es)
Luciane Lago / CRF-BA 4744
Farmacêutica especialista em Farmacologia Clínica do Hospital Humberto Castro Lima.
Visto também em: iSaúde Bahia

Editorial, 12.ABRIL.2016 | Postado em Notícias


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